segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Suspeitos, um crime improvisado - Review

Neste final de semana fui novamente ao teatro para assistir a peça "Suspeitos, um crime improvisado" para poder escrever uma review com mais clareza e até mesmo tirar algumas dúvidas sobre a peça, afinal "eu gostei ou não?"

A primeira vez que assisti saí do teatro com essa pergunta na cabeça, mas agora vendo pela segunda vez cheguei a uma conclusão.

Então  vamos lá

A sinopse apresentada pelo próprio grupo teatral é essa: “A história de um crime retirado das páginas de jornais sensacionalistas será improvisada pelos atores, divididos entre suspeitos, vítima e investigador. A platéia será testemunha ocular do que parecia ser um crime perfeito e decidirá quem é o verdadeiro culpado.

Assim como o estilo dos "Improvaveis", antes de iniciar a peça você tem a opção de escrever algumas frases e colocar dentro de um pote, no inicio da peça cada ator tira uma frase do pote, lê em voz alta várias vezes para que você decore, pois, em algum momento na cena ele terá que encaixar essa frase.

Mas, isso não acontece de forma fria e sem graça, existe um suspense, uma dinâmica bem legal entre a sonoplastia a iluminação e os próprio atores de como essas frases são ditas, são seis atores em cena, um investigador, uma vítima e quatro suspeitos.

Então a peça começa e o investigador te mostra quatro manchetes reais de crimes ou mortes para a plateia votar qual desses crimes quer que aconteça (com plaquinhas coloridas que são dadas na entrada do teatro)

A partir daí tudo é improvisado, todos os atores ficam no palco simultaneamente, divididos por três pequenos cenários (uma mesa de interrogatório, um sofá e uma mesa de bar) e há um dois períodos de tempos distintos sendo contados ali; o presente e o passado, sendo o presente com o investigador interrogando os suspeitos e o passado com as "lembranças" dos dias anteriores ao crime.

Tudo isso me soou muito interessante, a dinâmica entre os atores, que geralmente encenam de dois em dois traz um suspense bem legal, e claro, uma pitada de comédia, afinal, temos Bruno Berg e Bruno Costoli no elenco então...

A plateia participa do andamento da trama, em alguns momentos o detetive para uma determinada cena e pergunta a alguém da plateia sobre o desfecho daquela cena, por exemplo: "Ele irá trair a esposa?",  "o que estava escrito na mensagem do celular", assim o que a pessoa da plateia responder, os atores terão que fazer.

E no final, após todas as evidências serem colocadas para nós, temos então a opção de escolhermos o assassino, e no estilo Sherlock Holmes, a cena final é a revelação de quem foi o assassino escolhido por nós.

Na primeira vez que fui o tema escolhido pela maioria da platéia foi "Morta a tiros depois de rezar" e no decorrer da cena algumas coisas me incomodaram, acredito que por se tratar de improvisação, os atores precisam estar muito concentrados na história e nos dados que o detetive vai dando, então se tem um ator que não está em um dia bom, acaba deixando muito furos na história.

Este foi o problema daquele primeiro dia, alguns furos me incomodaram, coisas simples mas que fazem diferença, vou citar alguns exemplos.

Em um dos interrogatórios o investigador pergunta ao personagem "Tomate" qual foi a ultima vez que viu a vítima, ele disse que foi na igreja e que tinha sido o ultimo a sair da igreja após a reunião. Entretanto, na cena final ele foi o primeiro a sair da igreja e não o último. Além de outras coisas como nunca saber se a mulher é esposa ou namorada e de apesar do tema ser "Mulher morta a TIROS depois de rezar" no final da cena ela morre esfaqueada!

Entretanto, na segunda vez que fui, o elenco estava diferente, com algumas caras novas e dessa vez foi bem mais amarradinho a história, fechando todas as pontas soltas, o tema escolhido pela plateia foi "Morre após passar no vestibular", o único problema dessa vez foi o esquecimento por parte de um dos atores com o nome de umas das personagens, mas nada que atrapalhasse, pelo contrário, trouxe um aspecto cômico e a plateia riu bastante, o que me incomodou mesmo foi só a escolha da maioria, tanto pro tema, quanto pro assassino, não gostei, povo não sabe votar ou sou eu o "diferentão"

Seria também interessante se a CIA de suspeitos fizessem outro espetáculo do gênero, tirasse a improvisação e desse lugar ao roteiro, mantendo o poder de escolha e interação da plateia. A dinâmica seria a mesma, a diferença é que os atores já saberiam quem é o assassino e caberia a plateia, ao final da peça escolher o assassino, só então no momento da "revelação" iriamos descobrir se prendemos o culpado ou um inocente

Fica aí uma sugestão aos diretores da peça.

Por fim, Suspeitos, um crime improvisado é uma ótima opção de lazer em Belo Horizonte, com um preço acessível, além de que você pode retornar quantas vezes quiser, pois, a história nunca será a mesma.

 E você? Já esteve nos Suspeitos? Deixe nos comentário.






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